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O que especialistas dizem sobre tendências de acessibilidade




Atualmente no Brasil, existem aproximadamente 17 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Isso representa quase 10% da população brasileira. Muitas vezes essas pessoas ainda sofrem com a falta de acessibilidade no cotidiano, apesar de já existir uma lei que defende a sua obrigatoriedade, a Lei Brasileira de Inclusão.


Outra curiosidade, é que nosso país é o segundo que mais passa tempo na internet no mundo, e o terceiro que mais usa as redes sociais. Enquanto isso, menos de 1% dos sites brasileiros é acessível para as pessoas com deficiência.

Diante desse cenário, é muito importante que a gente, enquanto sociedade, trabalhe em conjunto para levar a acessibilidade, diversidade e inclusão para todos os lugares possíveis. Já se fala de várias tendências de futuro em que a acessibilidade é protagonista, seja nos espaços físicos, ambientes online, ou até no mercado de trabalho.


Será que você sabe como criar um mundo mais acessível através da tecnologia, da comunicação ou de boas práticas de gestão?


Aproveitando os conteúdos incríveis que foram apresentados na 5ª edição do Link: festival digital de acessibilidade, separamos os principais insights para você aprender mais sobre como promover a acessibilidade no dia a dia.


O que é o Link?


Bom, se você ainda não conhece o Link, vamos te contextualizar um pouco sobre o que é esse evento. Ele é um festival anual, organizado por nós da Hand Talk, que traz pioneiros globais, disruptores inovadores, ícones empresariais e artistas com deficiência para discutir sobre o cenário da acessibilidade digital no Brasil e em outros países.


Em 2022, o evento foi dividido em 4 trilhas: Transformação Digital, Influência e Criatividade, Identidades Protagonistas e Evolução. Tudo isso levando em conta o protagonismo das pessoas com deficiência, com o objetivo de ressaltar as identidades que transformam o mundo.


Acessibilidade na Tecnologia


Como comentamos acima, diversidade e inclusão são conceitos muito difíceis de serem aplicados no Brasil, um país com inúmeros problemas estruturais e poucas oportunidades para a maioria da população. As empresas e a tecnologia precisam então fazer o papel delas como potencializadoras de espaços seguros e acessíveis, para incentivar a diversidade e inclusão na nossa sociedade.


Com isso em mente, Mariana Pezarini (COO da Programaria), Ana Gouvêa (Analista de Acessibilidade no PicPay) e Diego Conceição (Consultor de Acessibilidade) se reuniram em um painel para falar sobre “A tecnologia como ferramenta de inclusão”. Eles discutiram como o futuro está sendo escrito por linhas de código, como a tecnologia torna a vida possível para todas as pessoas, e trouxeram algumas reflexões interessantes. Vem conferir!

  • A internet tem uma responsabilidade histórica com a tecnologia. Ela foi pensada para ser acessível, mas isso foi sendo deixado de lado na pressa de vender cada vez mais produtos.

  • Precisamos de pessoas diversas na tecnologia para conseguir criar tecnologias para todas as pessoas. Sem uma pessoa com baixa visão em um time, por exemplo, ninguém vai pensar em como fazer um produto que abarque todo mundo.

Nem sempre a solução óbvia é a mais acessível, por isso precisamos de diversidade nos times. Temos que pensar nas pessoas, e não só no que os concorrentes estão fazendo.

Acessibilidade na Comunicação


Podemos perceber a mudança de cultura pela qual o mercado vem passando nos últimos tempos. Com a popularização do consumo consciente, as pessoas consumidoras preferem escolher marcas com as quais elas se identificam. Por conta disso, é cada vez mais importante trazer a acessibilidade para a comunicação e para a televisão. Ações desse tipo aumentam a representatividade de pessoas com deficiência no meio audiovisual, o alcance que as marcas têm, e potencialmente também aumenta suas conversões em vendas.


Ana Clara Schneider, fundadora da Sondery Acessibilidade Criativa, deu uma palestra sobre “O processos criativo através da acessibilidade”, e também deu algumas dicas de como podemos ser acessíveis na área da comunicação:

Precisamos pensar na acessibilidade como parte integral do processo criativo, não como a etapa final. Precisamos considerá-la como mais um elemento integrante da peça e não anexo.
  • Quando trazemos pessoas com deficiência para a mesa de reunião, para o contato com as equipes criativas, é uma coisa muito positiva. Esse processo permite a ampliação de repertório. Pessoas que não tinham contato com esse universo da pessoa com deficiência, passam a ter, e isso é muito positivo para a mudança de cultura.


Acessibilidade em Gestão de Pessoas


Como já falamos aqui no blog, as pessoas surdas enfrentam diversas dificuldades no ambiente de trabalho. Não apenas isso, mas elas também precisam lutar para ter acesso à educação e se qualificarem para ocupar esses espaços. Nesses casos, é importante frisar que o problema não está nas pessoas surdas, e sim nas instituições que não eram acessíveis para receberem essas pessoas, principalmente pela falta de acessibilidade em Libras (Língua Brasileira de Sinais).


Antonio Campos de Abreu, Diretor Presidente da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), contou um pouco de sua trajetória e desafios que a comunidade surda enfrenta em sua palestra “Liderança inclusiva”. Confira um pouquinho do que ele falou:

A pessoa surda não é diferente da ouvinte, tem pessoas mais e menos qualificadas. A única coisa que impede a pessoa surda é a comunicação.
  • Hoje em 2022, as pessoas surdas se sentem mais fortes e encorajadas. Isso se dá principalmente por causa da Lei da Libras, que as pessoas surdas lideraram e puderam entregar para a comunidade surda do Brasil.

  • As protagonistas das lideranças das pessoas com deficiência que lutam por inclusão, são elas mesmas.


Acessibilidade e as tendências de futuro e inovação


Você já pensou o que acessibilidade tem a ver com o metaverso? E o multiverso? Marcelo Sales, CEO da Tudo é Acessibilidade, explicou essa relação mais a fundo na sua palestra “E se a gente utilizasse o multiverso para encontrar acessibilidade no metaverso?”.


Para você entender tudo, o metaverso é uma espécie de mundo virtual onde as pessoas podem interagir umas com as outras. Enquanto isso, o multiverso é um jeito de descrever hipoteticamente a existência de mundos paralelos aos que vivemos hoje.

Com isso em mente, Marcelo nos fez algumas provocações, se liga!

Combinar os desafios naturais desses ambientes com tecnologias assistivas é desafiador, mas não impossível.
  • Será que vamos precisar do multiverso para ir “buscar” acessibilidade para o metaverso? Estamos em 2022. Temos materiais suficientes para construir mundos verdadeiramente acessíveis e inclusivos para todas as pessoas, só não estamos fazendo isso”.


Bom, esperamos que você tenha gostado dessas reflexões, e que possa usá-las como motivação para tornar mais acessíveis os espaços que você frequenta.


Autora: Ana Sofia Gala

Texto originalmente publicado pelo site: https://www.handtalk.me/


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